Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro
Você assinaria um contrato no qual por ser contratante é suspeito de não estar agindo com boas intenções? Um contrato com centenas de cláusulas que você desconhece? Um contrato no qual o contratado já tem à sua disposição milhares de advogados ávidos por defendê-lo? Que quando contestado na justiça permite que advogado e contratado se associem gerando um documento eivado de inverdades, praticando estelionato e falsidade ideológica, protegidos pela lei? Um contrato tão questionável que dispõe de tribunais especiais só para avaliá-lo?
Certamente você jamais assinaria um contrato com essas características. Mas assina. Assina não um só, assina muitos, dezenas, centenas, milhares.
Por que você age de forma tão irracional? Essa é uma boa pergunta.
A tendência, entretanto, é o abandono dessa prática tão absurda. Há hoje à disposição das empresas recursos que permitem operar sem ter de assinar esse tipo de contrato. É verdade que muitos desses recursos somente repassam para outras empresas o problema, como é o caso da terceirização, franquia, e licenciamento. Mas de qualquer forma é um recurso utilizado pelos mais competentes.
A organização do trabalho sob forma de empresa é racional, deve ser estimulada e valorizada. Todos devem ter possibilidade de trabalhar. O trabalho faz parte da vida das pessoas, dá a elas a inserção social que justifica se viver. Trabalho, entretanto, é parceria, cabendo a cada um o que sabe fazer.
Condenável é o sistema que inviabiliza que as pessoas trabalhem. O sistema que estimula a luta entre empreendedores e processadores, transformando os primeiros em exploradores e os outros em explorados.
Lastimável é o sistema que inviabiliza as empresas, não por enriquecimento ilícito do empreendedor, mas sim por "direitos" trabalhistas incompatíveis com uma organização social racional e justa.
O culpado pelo desemprego certamente não é o empresário. Não assine mais contratos de trabalho. Organize sua empresa de forma racional. Gere oportunidades de trabalho. Contribua para termos uma sociedade mais humana, fraterna e justa.
Artigo publicado no Portal Netlegis
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